Em geral, são
necessárias colorações biológicas para a visualização de bactérias de modo
adequado e demonstração dos detalhes finos das suas estruturas (KONEMAN, 2001).
A maioria das colorações utilizadas em bacteriologia tem por finalidade o
diagnóstico presuntivo rápido do processo infeccioso e também a prévia
avaliação da qualidade da amostra (OPLUSTIL, 2000). A coloração de Gram é o
método bacterioscópico mais importante e mais utilizado atualmente na
bacteriologia e sua finalidade é a classificação de microrganismos com base em
suas características tintoriais, tamanho, forma e arranjo celular (WALTERS,
1998; SPICER, 2000; MAZA et al.,2001).
A coloração
clássica de Gram foi originalmente desenvolvida por Christian Gram em 1884, e
modificada por Hucker em 1921, sendo amplamente utilizada na rotina, permitindo
uma melhor diferenciação dos microrganismos (ISENBERG,
1992).
É inestimável
o auxílio efetivo da coloração de Gram no diagnóstico microbiológico,
entretanto em algumas situações é contra indicada a sua utilização, como por
exemplo, na pesquisa de estruturas bacterianas como cápsulas e esporos, ou na
pesquisa de micobactérias e fungos filamentosos. Alguns microrganismos gram
positivos em cultivos superiores a vinte e quatro horas podem se apresentar
gram negativos. Microrganismos que sofreram ação de determinados
antimicrobianos podem apresentar-se falsamente gram negativos; a recíproca não
é verdadeira. Convém lembrar que a maioria das interpretações equívocas de
esfregaços corados pelo Gram devem-se a falhas na preparação da lâmina, como um
esfregaço demasiado espesso, excessiva fixação pelo calor, ou descoloração
insuficiente ou prolongada (GARDNER e PROVINE, 1978).
A técnica
consiste na utilização de diferentes reagentes que irão reagir com os componentes
da parede celular das bactérias, dando uma coloração diferente.
Cristal
violeta irá todas as esturturas. Cristal reage com o lugol, formando um
complexo insolúvel que intensifica a cor do corante; que o ajuda a entrar na
celular e irá resistir a descoloração. Gram positivas complexo mais difícil de
ser removido. As bactérias Gram-positivas, que
têm a parede celular composta por peptídeoglicano (peptídeo de ácido n-acetil
murâmico), durante o processo de descoloração com álcool etílico, retém o
corante, permanecendo com a coloração conferida pelo corante primário (roxo).
Já as bactérias Gram-negativas com parede celular composta predominantemente
por ácidos graxos (lipopolissacarídeos
e lipoproteínas), perdem o complexo, são incapazes de reter o violeta de
Genciana, assumindo a cor do corante de fundo (vermelha).
As bactérias são classificadas basicamente em
dois grandes grupos: Gram-positivas e Gram-negativa. No que diz respeito às
características tintoriais, as bactérias Gram-positivas coram-se de roxo e as
bactérias Gram-negativas coram-se de rosa
Staphylococcus aureus. Bactéria Gram positiva. Fonte: http://www.microbeworld.org/component/jlibrary/?view=article&id=7611 |
Escherichia coli. Bactéria Gram negativa. Fonte: http://yourweeklymicrobe.blogspot.com.br/2012/12/e-coli.html
A técnica de coloração de Gram geralmente respeita um protocolo de ações que a padroniza. O vídeo demonstra como esse protocolo deve ser seguido:
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